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ACNUR lança campanha que pede para o mundo ser mais solidário com os refugiados.

Projeto Refugiado Empreendedor

Para capacitar imigrantes que chegaram no Brasil há pouco tempo, o Conare (Comitê Nacional para os Refugiados) e o Sebrae irão promover cursos gratuitos de empreendedorismo, que serão ministrados a distância e presencialmente.

Dia Mundial do Refugiado

O Dia Mundial do Refugiado é comemorado em todo o mundo no dia 20 de junho, conforme resolução da Assembleia Geral da ONU aprovada no ano 2000.

Caravana Pátria Educadora pela Promoção da Igualdade Racial e Superação do Racismo no Acre

O governo do Estado oferece três refeições ao dia, vacinas, assistência social e deslocamento para os estados que os imigrantes e refugiados quiserem ir.

Refugiados em busca de emprego

Como a maior parte dos refugiados que chegaram ao Brasil, eles elogiam a acolhida no país, mas enfrentam dificuldades em conseguir emprego e moradia definitiva.

Pela primeira vez, equipe de refugiados disputa Olimpíada

A finalidade dessa participação especial nos Jogos é chamar a atenção do mundo esportivo para o problema dos refugiados.

sábado, 3 de setembro de 2016

Olimpíada teve time de atletas formado por refugiados de diferentes países

Uma equipe de atletas de refugiados disputou nas modalidades de atletismo, natação e judô pela primeira vez na história das Olimpíadas. Eles não se apresentaram com as bandeiras de seus países de origem, mas com a do Comitê Olímpico Internacional (COI). A finalidade dessa participação especial nos Jogos Rio 2016 foi chamar a atenção do mundo esportivo para o problema dos refugiados.

Os dez integrantes da inédita Equipe Olímpica de Atletas Refugiados tiveram de deixar seus países devido às consequências de guerras e crises humanitárias e vivem no Brasil, Alemanha, Quênia, Luxemburgo e Bélgica. A equipe é composta por dois nadadores sírios, dois judocas congoleses, um maratonista etíope e cinco corredores sul-sudaneses.


A Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) é parceira do Comitê Olímpico Internacional nessa iniciativa. A partir de uma solicitação do COI, a ACNUR identificou refugiados em todo o mundo com experiência esportiva e encaminhou os nomes à instituição esportiva.

“A equipe fará o mundo ficar mais consciente da causa do refúgio, mostrando que todos podem contribuir para a sociedade", afirmou o presidente do COI, Thomas Bach, durante sessão de apresentação da equipe de refugiados no Rio de Janeiro.

"A iniciativa de compor um time de refugiados é um reconhecimento aos desafios enfrentados por aqueles que precisam recomeçar em outro país. Esses atletas dão voz aos mais de 60 milhões de refugiados no mundo inteiro, para que continuem perseguindo seus objetivos, apesar das adversidades", reconhece o secretário nacional de Justiça e Cidadania do MJC, Gustavo Marrone Sampaio.

"Foi difícil deixar nossos países. E não escolhemos o nome de refugiados. Estou contente por ser parte deste time e por representar mais de 60 milhões de pessoas, que foram forçadas a se deslocar de suas regiões de origem por causa de guerras, conflitos e perseguições. Esperamos inspirar novos atletas em todo o mundo, não apenas refugiados", disse Yusra Mardini, da Síria (Natação, 200 metros livres e borboleta – feminino); vive na Alemanha;

Eles não têm casa, não têm mais país, não têm hino, não têm bandeira, mas ao virarem atletas uma porta se abriu para eles nessa Olimpíada, embora a presença deles no Rio tenha pouco a ver com o esporte, e mais algo simbólico, político.

O Comitê Olímpico Internacional viu uma oportunidade de fazer um gesto humanitário, que mostrasse um lado positivo do esporte. Apenas um, da delegação total de dez atletas, teria índice para participar dos jogos. Pela chegada deles, cercados por tantos jornalistas, isso foi um sucesso. Como refugiados, eles foram sempre ignorados. Como atletas olímpicos, eles vão receber, pelo menos, durante esse mês, um pouco de atenção.




fonte: http://www.brasil.gov.br/cidadania-e-justica/2016/08/pela-primeira-vez-equipe-de-refugiados-disputa-olimpiada
fonte: http://www.brasil2016.gov.br/pt-br/noticias/equipe-olimpica-dos-refugiados-para-os-jogos-rio-2016-e-anunciada-pelo-coi
fonte: http://g1.globo.com/jornal-hoje/noticia/2016/07/delegacao-de-refugiados-formada-por-atletas-imigrantes-estreia-no-rio.html

quinta-feira, 1 de setembro de 2016

ACNUR e prefeitura de Porto Alegre debatem acolhimento de refugiados na América Latina

Nos dias 31 de maio e 1 de junho desse ano, a prefeitura de Porto Alegre e a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) reuniram na capital gaúcha representantes de cidades de diferentes países para debater experiências positivas de acolhimento e integração de populações deslocadas e solicitantes de asilo.
Curitiba, Quilicura – no Chile – e Desamparados – na Costa Rica – foram algumas das municipalidades que participaram do encontro. A iniciativa dará origem a uma publicação que servirá de modelo para que outras cidades latino-americanas elaborem políticas públicas voltadas para refugiados.
Um dos destaques do evento foi o Comitê Municipal de Atenção aos Imigrantes, Refugiados, Apátridas e Vítimas de Tráfico de Pessoas (COMIRAT) de Porto Alegre. Criada em 2014, a iniciativa é um órgão colegiado com participação do governo, da academia e da sociedade civil que buscar novas políticas públicas, promover convênios e realizar estudos sobre o fenômeno da mobilidade humana.
“Vivemos hoje a maior crise humanitária da nossa era e o Brasil registrou um crescimento no número de pedidos de refúgio”, destacou o oficial de proteção do ACNUR no país, Gabriel Godoy.
Segundo o especialista, Porto Alegre e Curitiba são exemplos de boas práticas no atendimento a refugiados, com programas que envolvem tanto os governos quanto a sociedade civil.
“Porto Alegre está muito feliz com esse encontro. Construir uma ferramenta que possibilite que mais cidades consigam criar esse espaço legítimo de vida é extremamente importante”, comentou a chefe de gabinete da Secretaria Municipal de Governança Local (SMGL) e uma das representantes da prefeitura no encontro, Claudia Franciosi.
“Aqui as pessoas são humildes, boas e amigáveis. Em outros lugares muitas vezes não temos uma acolhida assim”, observou a afegã Nabila Khazizadah, moradora da capital gaúcha desde 2002. Atualmente, ela trabalha como cuidadora de idosos e vive na cidade com os dois filhos. Em seu relato durante a abertura do evento, a refugiada disse ter nos porto-alegrenses sua nova família.
O encontro em Porto Alegre incluiu também visitas técnicas a entidades da cidade que executam trabalhos para acolhimento de imigrantes e refugiados.

Participantes da reunião posam para foto após plantio de árvore que simboliza soluções duradouras de acolhimento de refugiados e imigrantes.

Xenofobia se converte em agressões contra imigrantes haitianos

O tórax do haitiano Maurice, de 26 anos, ainda dói quando faz movimentos bruscos. Há pouco mais de um mês, ele foi espancado até perder os sentidos, por dois colegas de trabalho. As agressões ocorreram dentro da cerealista da qual eram empregados. O rapaz foi surrado depois de pedir que parassem de lhe ofender por sua cor e condição de migrante. Além de, por mais de um mês, ter sido chamado diariamente de “escravo” e de “macaco”, aguentava colegas que lhe atiravam bananas, como forma de ofendê-lo. Mais do que os ferimentos físicos, é a dor do preconceito que incomoda o haitiano.


“Eu falava para eles: ‘Você é meu irmão. Sou humano igual a você, criado pelo mesmo Deus’. Mas me bateram, bateram e ninguém separou”, disse o migrante. “Eu não entendo porque isso, se sou gente como eles”, lamenta.
A xenofobia em Curitiba parece ter ultrapassado os limites da injúria e do racismo. Se antes o ódio se manifestava em olhares, em xingamentos e em algumas reações mais contidas, agora alguns casos passaram a se cristalizar em atos violentos.
Assim como Maurice, relatos de outros haitianos detalham atitudes que escancaram a discriminação e que terminaram com agressões físicas graves.
“Todos estes casos ocorreram por preconceito e xenofobia. As vítimas foram agredidas por serem haitianas. Estamos assustados, porque estes são apenas os casos que nos chegam. Muitos devem ficar ocultos”, diz a advogada Nádia Pacher Floriani, presidente da comissão da OAB. “Às vezes, temos que nos segurar para as lágrimas não rolarem diante das histórias”, conta.
As agressões recentes reúnem uma característica em comum: foram cometidas dentro de empresas em que os haitianos trabalhavam. Por precisarem do emprego, muitas das vítimas acabam suportando as humilhações e as agressões, silenciando diante do preconceito.

fonte: http://www.gazetadopovo.com.br/vida-e-cidadania/xenofobia-se-converte-em-agressoes-contra-imigrantes-haitianos-ef4atki1925lz2d0e34rtiudq

Refugiados sírios têm dificuldade de encontrar emprego e moradia no Brasil

Hanaa Nachawaty e a família vendem esfirras, quibes e pastas árabes em uma banquinha em uma calçada do Leme, na zona sul do Rio de Janeiro, com duas bandeiras da Síria. Como a maior parte dos refugiados que chegaram ao Brasil, eles elogiam a acolhida no país, mas enfrentam dificuldades em conseguir emprego e moradia definitiva. Há dois anos no Brasil, Hanaa e a família sobrevivem da venda de salgados, o principal meio de sustento da família de cinco pessoas, incluindo uma criança de 5 anos. Ela alega ter escolhido o país pelas facilidades de conseguir asilo. Desde 2011, o Brasil acolheu 2.077 refugiados sírios, o maior número na América Latina e bem à frente da Argentina, que recebeu 268.



Diferentemente da Europa, destino preferencial da maioria, os asilados que chegam ao país não recebem uma casa ou auxílio financeiro até reorganizarem a vida. É tudo por conta do refugiado, que, muitas vezes, fica abandonado à própria sorte até conseguir ajuda.Conseguir uma casa é exatamente o maior problema da família Nachawaty desde que chegou ao Brasil. Atualmente, eles vivem em um apartamento emprestado, que terão de devolver em breve. “O dono nos pediu de volta e não temos para onde ir”, disse um dos filhos de Hanna, Armin Nachawaty, 24 anos. A família prepara em casa os salgados que vendem nas ruas. Se perderem a casa, perdem o sustento.

Em São Paulo, onde estão 65% dos sírios que chegaram desde 2014, por causa da guerra, a Sociedade Beneficente Muçulmana (SBM) também reconhece que o acesso à moradia é uma dificuldade. Sem políticas habitacionais específicas e com condições de aluguel, que, muitas vezes, exigem fiador ou pagamento de altas quantias como garantia, a entidade, que oferecia cestas básicas, além de colchões e cobertores aos refugiados, passou a servir marmitas na instituição. Isso porque muitos não tinham sequer onde cozinhar.

“O grande objetivo deles é ir para e Europa, então, eles chegam aqui com as mesmas expectativas das pessoas que foram para lá”, explica a coordenadora do Programa de Atendimento a Refugiados da Cáritas no Rio de Janeiro, Aline Thuller, que trabalha no acolhimento aos estrangeiros. Porém, os trâmites em alguns países são lentos ou exigem que as famílias fiquem confinadas em campos de detenção, como na França. “Lá é comum que as pessoas cheguem ao extremo de cometer suicídio, por frustração, por se sentir improdutivo”, completa.


Educação e emprego

No Brasil, destaca Aline, a grande vantagem é a possibilidade de conseguir um emprego. Assim que o refugiado chega, ele tem direito a carteira de trabalho, com os mesmos benefícios trabalhistas que qualquer brasileiro, como férias, horas extras e décimo terceiro salário.



Mesmo com a possibilidade de trabalhar, conseguir uma vaga não é tão fácil. O nível educacional dos refugiados sírios é alto, mas eles não têm documentos para comprovarem a formação acadêmica ou revalidarem o título das universidades. “Eles vem de um nível social e educacional alto, mas ficam aqui em uma situação complicada”, reconheceu Aline. “Muitos acabam em subempregos, dando aula de inglês ou trabalhando em serviços gerais”, lamenta.

Falando inglês fluente, Armin, o filho mais velho da família Nachawaty, que estudou hotelaria na capital da Síria, Damasco, não consegue uma recolocação profissional. Ele prefere vender comida árabe nas ruas a lavar pratos por 12 horas em restaurantes na Lapa. “Sabemos de um caso em que o sírio era discriminado e tinha mais trabalho que os outros funcionários”, revelou.

Há um ano no Brasil, Rabia Kafouzi, 29 anos, graduada em letras, deixou o seu país e emprego há três anos. “Havia bombardeios aéreos e de tanques na Síria. Sequestravam jovens para colocar no exército e, por causa disso, muitos amigos e parentes foram mortos”. Até hoje, não conseguiu emprego por causa do idioma. É o marido que dá aulas de inglês, mas que na Síria trabalhava com informática, o responsável por sustentar a família com duas filhas pequenas.

Na Igreja Ortodoxa de Antioquia do Rio, que recebeu duas famílias refugiadas, a situação se repete. O padre Ignatios Al Sayegh empregou um sírio, também com nível superior, na paróquia. Outro, com menos escolaridade, foi aceito em uma fábrica têxtil. As mulheres ficam em casa, enquanto as crianças estão em escolas católicas. Como ainda não falam português e tem medo de prejudicarem parentes que ficaram no país de origem, preferem não dar entrevistas.


fonte: http://agenciabrasil.ebc.com.br/direitos-humanos/noticia/2015-09/refugiados-no-brasil-sirios-tem-dificuldade-de-encontrar-empregos-e